quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Manuel de Freitas


Fundador e gerente da 20|20 Editora (onde atualmente trabalho), uma das seis maiores editoras portuguesas, que alberga as chancelas Booksmile, Vogais, Nascente e Topseller. Formou-se no Colégio Militar e licenciou-se na Universidade Católica, em Administração e Gestão de Empresas.
Tem um percurso multifacetado, mas o primeiro amor foram os livros, ou não tivesse começado a vendê-los com apenas 11 anos, ao balcão da livraria da família, a Orvil (há 30 anos no Centro Comercial da Portela). Vendeu depois jogos de computador, trabalhou na Unilever, foi diretor de vendas da IP Global e diretor de conteúdos do Clix, entre outras coisas, sempre movido pela curiosidade intelectual.  

Os 10 Melhores

Ø  Star Wars [1977, de George Lucas]
Ø  Aliens [1986, de James Cameron]
Ø  Planeta Azul [Blue Planet, 1990, de Ben Burtt]
Ø  Momentos de Glória [Chariots of Fire, 1981, de Hugh Hudson]
Ø  Blade Runner [1982, de Ridley Scott]
Ø  Parque Jurássico [Jurassic Park, 1993, de Steven Spielberg]
Ø  O Rei Leão [The Lion King, 1994, de Roger Allers e Rob Minkoff]
Ø  A Corda [Rope, 1948, de Alfred Hitchcock]
Ø  África Minha [Out of Africa, 1985, de Sydney Pollack]
Ø  Lawrence da Arábia [Lawrence of Arabia, 1962, de David Lean]


Os dez filmes da minha vida, como recordados neste momento.

Star Wars. Vi-o no Império, como devia ser, ecrã gigante e som cavernoso. Aos 10 anos, conseguiu abrir-me o Universo como a escola não conseguia. Fiquei fã de FC e efeitos especiais. Assim que as descobri uns anos mais tarde, passei a assinar L'Ecran Fantastique e a Cinefex. E fiquei fã de bandas sonoras, em especial do deus John Williams.
Aliens. Porque era o filme que o Condes mais passava em 70 mm. Mais que O Abismo e mais que O Regresso de Jedi. Vi-o lá 8 vezes em 2 anos, enquanto faltava às aulas, só para apreciar o *spectacle* de luz e som. Fiquei fã de técnicas de filmagem e projeção, e passei a assinar a American Cinematographer.
Planeta Azul. Stones at the Max foi o meu primeiro Imax, no hemisférico de La Villette, e deixou-me arrasado. Fiquei por isso histérico quando soube que ia abrir um Imax em Vila Franca de Xira. O Planeta Azul era praticamente o único filme que passava, mas era suficiente. Vi-o dez vezes, a maior parte delas sozinho na sala, que aquilo ficava na «província» e por falta de espetadores acabou mesmo por ser desmantelado. Mas a imagem do planeta a surgir lentamente do fundo do ecrã, filmado do space shuttle, fica para sempre. Era um Imax a sério, 7 andares de altura, rácio 4:3, nada a ver com o mini Imax do Colombo. O Planeta Azul existe em DVD, narração da Ana Zanatti incluída, e recomendo sem reservas.
Chariots of Fire. Em outubro de 1980, vi o trailer na TV e aquela música apaixonou-me. O filme esteve 2 semanas em cartaz mas os meus pais não me levaram a vê-lo, e o filme nunca mais regressou às salas. O LP da banda sonora, que pedi de prenda de Natal, esgotou e tive de esperar um ano que fosse reeditado. Vangelis tornou-se o meu herói musical absoluto (só mais tarde descobri que era ele o autor da música da série Cosmos, que já passava aos sábados à tarde na RTP) e o filme só o consegui ver uns 25 anos mais tarde, quando finalmente foi editado em home video. Vangelis é um génio do outro mundo, e não quero saber das paródias que lhe fazem.
Blade Runner. O ambiente, a música, a ambiguidade do protagonista, e Vangelis outra vez. Em 1985, quando uma empresa que eu desconhecia fez um IPO na bolsa portuguesa (foi a segunda a fazê-lo), o seu anúncio de TV usava a música final do Blade Runner. Só por isso comprei ações dessa desconhecida chamada Sonae, ações que valorizaram 15 vezes e me permitiram comprar a minha primeira loja (de computadores, em 1990). Nunca mais repeti esse método de decisão de investimentos.
Jurassic Park. Só pela cena que revela os dinossauros vivos. Absoluto deslumbramento, a magia do cinema no seu estado mais puro. E pela música, já agora.
O Rei Leão. O primeiro filme animado que vi, tinha 30 anos. A sério, não sei porquê, mas recomendo a todos que aguentem até esta idade para verem o seu primeiro filme animado. Não, não recomendo, mas é a melhor maneira de tirar uma carrada de anos à idade. Por causa deste efeito, ainda sou uma criança quando vou ver um novo filme animado. Este filme deu-me ainda Hans Zimmer.
Qualquer Hitchcock. Talvez A Corda, pelo device do take único.
Africa Minha. Porque me deu John Barry; Sergio Leone, porque me deu Morricone; Lawrence da Arábia, porque me deu Jarre. Etc. Tenho mais CD de bandas sonoras do que já vi filmes. Dos compositores todos que mencionei, e mais um ou outro, coleciono obsessivamente. Como é que agora se coleciona com o Spotify?

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Francisco José Viegas


Escritor, editor e jornalista nascido no Pocinho em 1962. A sua obra é composta por poesia, romance e crónicas, entre outros géneros. Escreve no Correio da Manhã e dirige a editora Quetzal e a revista Ler. Desempenhou o cargo de secretário de Estado da Cultura do XIX Governo Constitucional (2011-2012).


Os 10 Melhores

São os filmes da minha vida — não os melhores da história do cinema, acho eu...

Ø  Amarcord [1973, de Federico Fellini]
Ø  A Palavra [Ordet, 1955, de Carl T. Dreyer]
Ø  Vertigo – A Mulher Que Viveu Duas Vezes [Vertigo, 1958, de Alfred Hitchcock]
Ø  O Padrinho [The Godfather, 1972, de Francis Ford Coppola]
Ø  O Homem Tranquilo [The Quiet Man, 1952, de John Ford]
Ø  Forte Apache [Fort Apache, 1948, de John Ford]
Ø  O Homem Que Matou Liberty Valance [The Man Who Shot Liberty Valance, 1962, de John Ford]
Ø  Relíquia Macabra [The Maltese Falcon, 1941, de John Huston]
Ø  O Leopardo [Il Gattopardo, 1963, de Luchino Visconti]
Ø  Pulp Fiction [1994, de Quentin Tarantino]



O filme da sua vida: «Amarcord», de Federico Fellini.

Realizador, actor e actriz favoritos: John Ford, por tudo: o céu, os personagens, a beleza oculta. Actores: Robert De Niro e Cary Grant. Actrizes: Natalie Wood.

Personagem que gostava de encarnar se fosse possível "entrar" no ecrã: Philip Marlowe em «The Big Sleep» e em «The Long Goodbye» (não o de Altman, claro).

Filme que mais o marcou no momento do seu visionamento: Dois: «Andrey Rublyov», de Andrei Tarkovsky. Uma beleza raríssima. «Dersu Uzala – A Águia das Estepes», de Akira Kurosawa.

Obra-prima clássica (ou nem tanto) com que embirre particularmente: Obra-prima, de facto, não sei. Mas embirro com musicais (talvez «Streets of Fire» seja o único suportável) e, portanto, imagino toda a espécie de infortúnios a ocorrerem durante «Música no Coração» (ver este filme é pretexto suficiente para requerer o divórcio, por exemplo, como fez um amigo na Holanda).

O filme-choque da sua vida: Não tenho. Não costumo ficar chocado com nenhum filme. Só com filmes muito maus, vá lá.

Filme do qual possa dizer "a vida é muito parecida com isto": «As Férias do Sr. Hulot», de Jacques Tati. Nos melhores dias.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Cameron Crowe


Argumentista e realizador norte-americano nascido a 13 de Julho de 1957, em Palm Springs. Antes de iniciar a carreira cinematográfica, trabalhou como editor da revista Rolling Stone e viveu diversas experiências com bandas rock, vivências que utilizou no seu trabalho cinematográfico. Venceu o Óscar de Melhor Argumento Original, em 2000, por Quase Famosos, um dos seus filmes mais celebrados. Com Jerry Maguire (1996), ficara-se pela nomeação para o Óscar da mesma categoria, embora o filme tenha sido nomeado também na categoria principal: Melhor Filme. O seu próximo projecto fílmico é uma comédia romântica com um elenco que inclui Bradley Cooper, Emma Stone, Rachel McAdams, Alec Baldwin e Bill Murray, com estreia marcada para o dia de Natal.


Os 10 Melhores

Ø  A Regra do Jogo [La Règle du Jeu, 1939, de Jean Renoir]
Ø  O Apartamento [The Apartment, 1960, de Billy Wilder]
Ø  Champô [Shampoo, 1975, de Hal Ashby]
Ø  Tootsie [1982, de Sydney Pollack]
Ø  Dr. Estranhoamor [Dr. Strangelove, 1964, de Stanley Kubrick]
Ø  Local Hero [1983, de Bill Forsyth]
Ø  Oldboy – Velho Amigo [Oldboy, 2003, de Park-Chan Wook]
Ø  Os Melhores Anos das Nossas Vidas [The Best Years of Our Lives, 1946, de William Wyler]
Ø  Quanto Mais Quente Melhor [Some Like It Hot, 1959, de Billy Wilder]
Ø  Os Tenenbaums [The Royal Tenenbaums, 2001, de Wes Anderson]




[lista fornecida em 2008 à revista Empire no âmbito da eleição dos «500 Melhores Filmes de Sempre»]

quinta-feira, 6 de março de 2014

Alice Vieira



Nasceu em Lisboa em 1943. Jornalista desde os seus 18 anos, em 1979 escreveu o seu primeiro livro, Rosa, Minha Irmã Rosa. Até hoje já escreveu cerca de 80. Mas continua a definir-se como uma jornalista que também escreve livros. E, como biografia, chega.


Os 10 Melhores

Ø  O Vale Era Verde [How Green Was My Valley, 1941, de John Ford]
Ø  Casablanca [1942, de Michael Curtiz]
Ø  A Família Miniver [Mrs. Miniver, 1942, de William Wyler]
Ø  Breve Encontro [Brief Encounter, 1945, de David Lean]
Ø  Roma, Cidade Aberta [Roma, Città Aperta, 1945, de Roberto Rossellini]
Ø  Janela Indiscreta [Rear Window, 1954, de Alfred Hitchcock]
Ø  Esplendor na Relva [Splendor in the Grass, 1961, de Elia Kazan]
Ø  Cinema Paraíso [Nuovo Cinema Paradiso, 1988, de Giuseppe Tornatore]
Ø  Os Despojos do Dia [The Remains of the Day, 1993, de James Ivory]
Ø  O Filho da Noiva [El Hijo de la Novia, 2001, de Juan José Campanella]




O filme da sua vida: «Breve Encontro», de David Lean, com aquele trio extraordinário de actores: o Trevor Howard, a Celia Johnson, e o comboio…

Realizador, actor e actriz favoritos: Realizador: James Ivory. Actriz: Anna Magnani, sempre. Actor: Humphrey Bogart, sempre.

Personagem que gostava de encarnar se fosse possível "entrar" no ecrã: A mãe de «Belíssima» [«Bellissima», de Luchino Visconti] (que só não entrou na lista dos 10 porque já não cabia… Injustiças…).

Filme que mais o marcou no momento do seu visionamento: «Ponette» (1996), de Jacques Doillon. Acho que nunca chorei tanto num filme…

Obra-prima clássica (ou nem tanto) com que embirre particularmente: Não tenho grandes embirrações clássicas…

O filme-choque da sua vida: Sem qualquer hesitação, o «Bambi». Aquele “mamãe, mamãe, cadê você?” arruína uma vida.

Filme do qual possa dizer "a vida é muito parecida com isto": «O Amor nos Tempos de Cólera» (2007), de Mike Newell. Não sei se “a vida” é parecida; a minha é.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Balanço do ano

Nada surpreendentemente, o filme mais votado pelos 12 convidados do ano inaugural de Os Filmes das Vidas Deles é... Citizen Kane - O Mundo a Seus Pés.


O top ten é o seguinte:

1 - O Mundo a Seus Pés [Citizen Kane, 1941, de Orson Welles] - 6 votos
2 - Apocalypse Now [1979, de Francis Ford Coppola] - 5 votos
3 - Janela Indiscreta [Rear Window, 1954, de Alfred Hitchcock] - 3 votos
4 - Casablanca [1942, de Michael Curtiz] - 3 votos
5 - Encontros Imediatos do Terceiro Grau [Close Encounters of the Third Kind, 1977, de Steven Spielberg] - 3 votos
6 - Tempos Modernos [Modern Times, 1936, de Charles Chaplin] - 3 votos
7 - O Padrinho [The Godfather, 1972, de Francis Ford Coppola] - 2 votos
8 - Blade Runner – Perigo Iminente [1982, de Ridley Scott] - 2 votos
9 - Vertigo – A Mulher Que Viveu Duas Vezes [1958, de Alfred Hitchcock] - 2 votos
10 - Ladrões de Bicicletas [Ladri di Biciclette, 1948, de Vittorio de Sica] - 2 votos

Quanto a realizadores...


Alfred Hitchcock leva a Palma.

E actores...

Bob De Niro.

Actrizes...


Meryl Streep e Jean Seberg, ex-aequo.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Fernando Ribeiro


É vocalista da banda de metal gótico Moonspell, que se destaca pelo seu impressionante perfil internacional. Para além da música e das viagens, é um apaixonado pela literatura, tendo inclusivamente escrito e publicado uma mão cheia de livros entre poesia, contos e uma biografia da própria banda. Não resiste também ao charme e intensidade da 7.ª Arte e é um fã confesso de filmes do género da ficção, terror e drama/thriller. Antes de nascer o seu filho, Fausto, era assíduo frequentador do Motel X, em Lisboa, onde apresentou uma masterclass com José Mojica Marins, Zé do Caixão. Grava sempre os videoclips como se de pequenos filmes de cinema se tratassem, tendo colaborado com nomes como Filipe Melo e Tiago Guedes. Sem tempo para ir ao cinema, paga fortunas no videoclube da Meo e exige o Netflix para Portugal! O último concerto que deu foi na China, em Pequim.


Os 10 Melhores

Ø  O Homem Elefante [The Elephant Man, 1980, de David Lynch]
Ø  O Exorcista [The Exorcist, 1973, de William Friedkin]
Ø  Rocky [1976, de John G. Avildsen]
Ø  2001: Odisseia no Espaço [2001: A Space Odyssey, 1968, de Stanley Kubrick]
Ø  Os Pássaros [The Birds, 1963, de Alfred Hitchcock]
Ø  Fausto [Faust, 1926, de F.W. Murnau]
Ø  Feios, Porcos e Maus [Brutti, Sporchi e Cattivi, 1976, de Ettore Scola]
Ø  A Vida Não É Um Sonho [Requiem For a Dream, 2000, de Darren Aronofsky]
Ø  Clube dos Poetas Mortos [Dead Poets Society, 1989, de Peter Weir]
Ø  O Labirinto do Fauno [El Laberinto del Fauno, 2006, de Guillermo del Toro]



O filme da sua vida: Talvez o «Fausto», do Murnau, ou «Aurora», também do Murnau. Encaixam perfeitamente em mim. O meu filho chama-se Fausto, a minha sobrinha Aurora...

Realizador, actor e actriz favoritos: Murnau, Vincent Price, Helen Mirren.

Personagem que gostava de encarnar se fosse possível "entrar" no ecrã: O Drácula do Coppola, que Gary Oldman imortalizou.

Filme que mais o marcou no momento do seu visionamento: «O Exorcista». Vi o filme cedo de mais, talvez.

Obra-prima clássica (ou nem tanto) com que embirre particularmente: «Doutor Estranhoamor» (Dr. Strangelove). Fui daqueles que não atingiu...

O filme-choque da sua vida: «Saló», de Pasolini.  

Filme do qual possa dizer "a vida é muito parecida com isto": «Nova Iorque Fora de Horas» (After Hours), de Martin Scorsese. Pelo menos, a minha!


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

José António Saraiva



É arquitecto e o director do semanário Sol desde 2006. Foi director do Expresso entre 1983 e 2006. Professor de Política Portuguesa na Universidade Católica, possui 13 livros publicados, entre ensaio e romance. Fez crítica de cinema no Comércio do Funchal e venceu o Prémio de Ensaio do Diário de Lisboa com um trabalho sobre Antonioni.


Os 10 Melhores

Ø  Rocco e Seus Irmãos [Rocco e i Suoi Fratelli, 1960, de Luchino Visconti]
Ø  Sentimento [Senso, 1954, de Luchino Visconti]
Ø  O Touro Enraivecido [Raging Bull, 1980, de Martin Scorsese]
Ø  Paris, Texas [1984, de Wim Wenders]
Ø  Dois Irmãos, Dois Destinos [Cronaca Familiare, 1962, de Valerio Zurlini]
Ø  Ladrões de Bicicletas [Ladri di Biciclette, 1948, de Vittorio de Sica]
Ø  A Aventura [L’Avventura, 1960, de Michelangelo Antonioni]
Ø  O Mundo a Seus Pés [Citizen Kane, 1941, de Orson Welles]
Ø  A Janela Indiscreta [Rear Window, 1954, de Alfred Hitchcock]
Ø  A Leste do Paraíso [East of Eden, 1955, de Elia Kazan]




O filme da sua vida: «Rocco e Seus Irmãos» (1960), de Luchino Visconti.

Realizador, actor e actriz favoritos: Luchino Visconti, Robert De Niro, Meryl Streep.

Personagem que gostava de encarnar se fosse possível "entrar" no ecrã: Tancredi (Alain Delon) em «O Leopardo» (1963), de Luchino Visconti.

Filme que mais o marcou no momento do seu visionamento: Também o «Rocco».

Obra-prima clássica (ou nem tanto) com que embirre particularmente: «E Tudo o Vento Levou» (1939), de Victor Fleming.

O filme-choque da sua vida: Não sei.  

Filme do qual possa dizer "a vida é muito parecida com isto": «As Pontes de Madison County» (1995), de Clint Eastwood.